Nesta quinta-feira, 20 de março, Brasília será palco de um protesto de trabalhadores urbanitários de todo o país, eles se reunirão em frente ao Ministério da Fazenda, a partir das 13h, para exigir a defesa do saneamento público e a retomada dos investimentos do BNDES em empresas estatais do setor.

O ato, intitulado “BNDES NÃO VENDA NOSSA ÁGUA”, é um grito de alerta contra a escalada das privatizações, que ameaçam o direito básico à água e ao esgotamento sanitário para milhões de brasileiros.

A privatização do saneamento vai além da questão econômica; sinaliza um ataque direto à dignidade humana. Nos últimos anos, governos estaduais e municipais têm entregado empresas públicas de água e esgoto à iniciativa privada, como se fossem mercadorias à venda. O resultado? Tarifas nas alturas, serviços precários e a exclusão das populações mais pobres, que não podem pagar por um recurso essencial à vida.

De outro lado, o BNDES, que deveria ser um aliado no fortalecimento do setor público, tem virado as costas para as empresas estatais, preferindo financiar a ganância de grupos privados.

A privatização é uma tragédia anunciada

A água não pode ser tratada como um negócio. A privatização do saneamento é um projeto de exclusão, que transforma um direito fundamental em um privilégio para quem pode pagar.

Empresas privadas não têm compromisso com a universalização do acesso; seu objetivo é o lucro, custe o que custar. E quem paga a conta é sempre o mesmo: o povo, especialmente os mais pobres, que são deixados à margem desse sistema perverso.

O BNDES, que deveria ser um instrumento de desenvolvimento e soberania nacional, tem se tornado um braço financeiro das privatizações. Em vez de investir na modernização e expansão das empresas públicas, o banco tem priorizado o desmonte do patrimônio público, entregando o controle da água a grupos que só pensam em maximizar seus lucros. Isso precisa parar. E só vai parar com pressão popular.

Mobilização é a resposta

A Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), junto com outras entidades como a CNU, Frune, Furcen, Fruse, Fenatema, Coletivo Nacional de Saneamento (CNS) e a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Saneamento Público, está convocando todos os trabalhadores, movimentos sociais e a população para se unirem a essa luta. O objetivo é claro: pressionar o governo federal e o Congresso Nacional para que o BNDES volte a financiar as empresas públicas de saneamento, garantindo investimentos que priorizem o interesse coletivo e não o lucro de poucos.

A água é um bem comum, um direito de todos, e não pode ser mercantilizada. A privatização do saneamento é um retrocesso que não podemos aceitar.

É hora de dizer BASTA. Basta de entregar nossas empresas públicas. Basta de negligenciar o saneamento básico. Basta de tratar a água como mercadoria.

A luta pela água é a luta pela vida. E essa luta começa agora, nas ruas de Brasília.

ÁGUA É DIREITO, NÃO MERCADORIA!