O Seminário Nacional em Defesa do Saneamento Público, realizado em São Paulo, reuniu representantes de 15 estados brasileiros e diversas entidades nacionais ligadas ao setor de saneamento e meio ambiente. O encontro, promovido pela Fenatema, FNU, CTB, CNU, CNTI, Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental, Ondas, FESUL, FRUSE, FRUNE, FURCEN e SINTICOPMG, com apoio do Sintaema, consolidou-se como um marco na organização da luta contra a privatização e em defesa da água pública e dos direitos dos trabalhadores.
Durante o evento, dirigentes sindicais, especialistas e lideranças sociais discutiram os impactos do novo marco legal do saneamento (Lei 14.026/2020) e a urgência de sua revogação. O debate evidenciou o desmonte promovido pelas privatizações e reforçou a necessidade de um modelo público, democrático e participativo para o setor.
O presidente da Fenatema, Chicão, destacou a importância da unidade nacional na resistência à privatização.
“A Fenatema tem atuado de forma firme e articulada para unir os trabalhadores e fortalecer a luta em todo o país. Defender o saneamento público é defender a vida, a soberania e o direito de cada brasileiro de ter acesso à água de qualidade. É uma luta que precisa ser coletiva, forte e permanente.”, afirmou.

Entre os principais pontos debatidos, estiveram os efeitos devastadores da entrega de empresas públicas ao setor privado — como Sabesp, Cedae e Corsan —, que têm resultado em tarifas abusivas, falta de investimentos, demissões e precarização dos serviços. O papel do BNDES também foi amplamente discutido, com destaque para a necessidade de o banco público atuar em favor do fortalecimento das estatais e do desenvolvimento social, e não como agente de privatização.
O presidente do Sintaema, José Faggian, ressaltou o papel das entidades sindicais e da Fenatema na mobilização nacional:
“O seminário mostrou que a categoria está unida e consciente dos desafios. A luta contra as privatizações é também a luta pela democracia, pelo emprego e por um Estado que garanta direitos, e não que os entregue ao capital.”, afirmou.
Presente ao encontro, o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) reforçou o compromisso do parlamento progressista com a agenda de defesa do saneamento público e com o enfrentamento ao marco privatista:
“O Congresso precisa ouvir a voz das ruas e dos trabalhadores. O Brasil não pode aceitar que a água vire mercadoria. Precisamos revogar o marco privatista e reconstruir um projeto público de desenvolvimento que coloque o povo no centro.”
As discussões ainda apontaram para a construção de uma ampla jornada de mobilização, que combine pressão política sobre o Congresso Nacional e diálogo com o governo federal. As entidades defenderam que a reconstrução de um projeto de país soberano e socialmente justo passa pela defesa dos serviços públicos e pela valorização dos trabalhadores do saneamento e meio ambiente.
O evento foi encerrado com o compromisso coletivo de intensificar a luta pela reestatização, pela valorização dos serviços públicos e pela defesa da água como bem comum e direito humano essencial à vida.
